quinta-feira, 28 de maio de 2015

Bob Fernandes: Derrotas na Cunholândia, ou Cunhistão. Mas calma... lá na Cunholândia vale tudo (e de fato, o vale tudo manobrista a favor da direita venceu depois)




Segue vídeo (e sua transcrição textual) com a análise do comentarista político Bob Fernandes sobre a derrota de Eduardo Cunha na terça e suas manobras contra o regimento para novamente aprovar o Financiamento Privado de Campanha e outras "garantias" para si e para a continuidade da corrupção....




Na largada, a Câmara votou Reforma que, ao menos na estreiam nada reformou. Reforma Porcina, a que foi sem nunca ter sido, como a viúva da novela. 

Mas calma, ainda falta mais... e na Cunholândia vale tudo. 

Falta votar o fim da reeleição, eleição unificada a cada 5 anos... e nesta quarta, 17, Cunha cunhou manobra para votar de novo o financiamento empresarial de campanhas. 

Agora não mais no varejão dos candidados, como na proposta derrotada, mas no atacadão, via partidos que repassariam a grana para os seus. 

Na estreia, nada obteve os 308 votos necessários para mudar a Constituição. 

"Distritão", o único sistema com chances de aprovação, foi jogada do PMDB de Temer e do grande derrotado da primeira noite e madrugada, Eduardo Cunha.

Cunha não aceita derrota no que mais defende: incluir na Constituição o financiamento empresarial. Com ele perderia também Gilmar Mendes.

Mendes pediu vistas do processo há um ano, quando o Supremo, já por maioria definitiva, vetava financiamento empresarial.

A primeira batalha Cunha perdeu por vários motivos, alguns evidentes: demasiado apetite e prepotência em mais um ato atrabiliário. 

Perdeu porque atropelou o relator Marcelo Castro (PI), do seu partido, e enterrou propostas negociadas por Castro na Comissão de Reforma.

Perdeu porque começa a ficar claro que, investigado por corrupção no esquema Petrobras, Cunha fará qualquer aliança para salvar o pescoço. 

Reforma tão cobrada, ainda que não se saiba exatamente qual, não pode ser feita porque um homem ambicioso e hábil sonha criar seu reino... a Cunholândia, ou Cunhistão.

Num sistema político gangrenando, Reforma não deveria ser imposta, com desprezo a regimentos, sugestões, debates, e também a erros acumulados.

O jogo não acabou, tem mais. Mas ao menos na estreia não houve avanço concreto.

Como, por exemplo, alguma barreira contra criação de partidecos que mordem dinheiro no fundo partidário e leiloam espaços no horário eleitoral. 

Estranhamente, o que se comemorava ao fim do primeiro round não foi alguma Reforma, mas o ficar tudo como está. Comemorava-se o não ter ficado pior...a manutenção do status quo. 
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Mas... calma, ainda falta. E, como se sabe, na Cunholândia, ou Cunhistão e seus múltiplos significados, vale tudo.

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