quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sérgio Moro, o juíz representante de uma conspiração de classe à serviço da retomada do poder pela Casa Grande tradicional



  "Não é banal o movimento que fazem a Justiça e o Ministério Público paranaense para inviabilizar um partido político nacional, o PT, ou qualquer outro que venham a botar no mesmo pacote – de preferência pequenos e ligados ao governo – para fingir que essa decisão não é uma perseguição ao partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu as eleições dos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra, e da presidenta Dilma Rousseff, que ganhou dois pleitos dos tucanos José Serra e Aécio Neves, o último deles o ano passado. Isso faz parte de uma estratégia de intimidação tão assustadora que transfere para o aparelho judicial de um Estado que sequer tem relevância na política nacional as decisões sobre o futuro da política nacional e sobre a legitimidade do voto do eleitor brasileiro; e que dá a uma decisão judicial de primeira instância o direito de proscrever partidos políticos."

Textos de Maria Inês Nassif e Luis Nassif, extraídos do site Megacidadania:

Leiam dois sensacionais artigos que motivaram a confecção do cartaz que ilustra este post. Um é do portal Carta Maior e o texto é de Maria Inês Nassif e o outro é do portal GGN do Luis Nassif (os links seguem ao final).

SEGUEM TRECHOS DOS RESPECTIVOS ARTIGOS (com os links para os textos na íntegra)

 I 

O golpe de mão do juiz Sérgio Moro contra o PT

  O juiz Sérgio Moro é apenas um numa conspiração de classe destinada a criar uma onda de pânico e um clima de histeria contra o PT.

  Maria Inês Nassif

   Não é banal o movimento que fazem a Justiça e o Ministério Público paranaense para inviabilizar um partido político nacional, o PT, ou qualquer outro que venham a botar no mesmo pacote – de preferência pequenos e ligados ao governo – para fingir que essa decisão não é uma perseguição ao partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu as eleições dos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra, e da presidenta Dilma Rousseff, que ganhou dois pleitos dos tucanos José Serra e Aécio Neves, o último deles o ano passado. Isso faz parte de uma estratégia de intimidação tão assustadora que transfere para o aparelho judicial de um Estado que sequer tem relevância na política nacional as decisões sobre o futuro da política nacional e sobre a legitimidade do voto do eleitor brasileiro; e que dá a uma decisão judicial de primeira instância o direito de proscrever partidos políticos.

  Um golpe de mão aplicado pela Justiça no quadro partidário brasileiro é, de fato, a inovação que a pouco neutra justiça paranaense pode legar para o país inteiro. Moro adora inovações, e segue os passos do inovador Joaquim Barbosa que, à frente do chamado Caso Mensalão, no Supremo Tribunal Federal, deixou de ser juiz e agiu como promotor, rasgou a Constituição, negou provas que inocentariam alguns réus e pediu a condenação de outros tantos sem provas, com o beneplácito do plenário da mais alta corte judiciária do país, com o aplauso da imprensa e as loas da oposição.

  É tão irracional a “sofismação” da realidade e a consolidação de sensos comuns que é difícil entender por que, de repente, as pessoas tenham escolhido se destituir do direito à inteligência. Cair na armadilha dos sensos comuns criados pelo ódio impede a visão do óbvio. O tesoureiro do PT, João Vaccari, foi preso pelo juiz Moro porque arrecadou dinheiro legal para o PT, vindo de empresas implicadas na Operação Lava Jato. As empreiteiras que encheram os cofres do partido de dinheiro doaram igualmente para partidos de oposição, na mesma proporção. O raciocínio do juiz – segundo o qual dinheiro vindo de empresas fornecedoras da Petrobras, mesmo legal, transforma-se em crime porque foram conspurcados pela ação dessas empresas nas operações com a estatal – não vale para os outros. Não existe a mínima neutralidade nessa decisão.

  A insanidade dos argumentos destinados a inibir a defesa do PT é outra coisa própria desse clima, a prova de que o país surfa na crista da onda de comoção. Por dois anos, desde a condenação de petistas no processo do Mensalão, criou-se um clima coletivo de ridicularização ou de raiva daqueles que ponderaram contra a ilegalidade de várias das decisões e condenações feitas pelo Supremo. O julgamento do Mensalão é uma mácula que a Suprema Corte brasileira demorará a se livrar. E a defesa que pessoas fizeram dos juízes que julgaram para atender o público e a mídia é uma mácula que a democracia brasileira terá de lidar daqui para a frente.


II

Advogados da Odebrecht poderão renunciar coletivamente

Luis Nassif - Jornal GGN

  Nos próximos dias é possível que ocorra uma renúncia coletiva dos advogados que defendem a Odebrecht na Operação Lava Jato. A alegação deles é que houve cerceamento amplo da defesa.

  Há dois fatos justificando a medida.

 Um deles foi a invasão do Departamento Jurídico da Odebrecht pela Polícia Federal, que carregou computadores e arquivos e, com eles, toda a estratégia de defesa dos advogados.

 Em episódios anteriores, de invasão de escritórios de advogados, havia a imputação de um fato criminoso.

 Desta vez, não houve nada. A polícia simplesmente invadiu a empresa, foi direto no Departamento Jurídico, recolheu documentos, devassando a defesa sem motivo e alimentando as suspeitas de que os advogados estavam sendo monitorados.

  Os documentos foram levados sem lacre, ficando acessíveis a delegados e procuradores. Ali – na opinião dos advogados da Odebrecht – rompeu-se o estado de direito.



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