quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Bob Fernandes: Não bastam manchetes e silêncio dos inocentes para derrubar um governo



 Segue, para reflexão, comentário (em vídeo e texto) do analista político Bob Fernandes sobre a ação do STF contra os desmandos de Cunha, Aécio e demais golpistas:



Com três liminares, portanto provisórias, o Supremo delimitou ritos para um processo de impeachment.
Em resumo, disse a Eduardo Cunha, mais ou menos, isso: o Senhor preside a Câmara, mas não pode, ao mesmo tempo, ser dono do campinho e da bola... Ou, das bolas.
A decisão provisória dos juízes embute e permite outra leitura: não bastam manchetes para derrubar um governo e anular 54 milhões de votos.
O ministro Teori Zavaski ensinou: em processo de tamanha magnitude institucional (Impeachment) é pressuposto elementar observar a devida legalidade e não existir qualquer dúvida jurídica.
Seguiram-se barulhos e silêncios nada inocentes.
De 62 deputados do PT, 32 assinaram Representação pela cassação de Eduardo Cunha...
Representação esta ao Conselho de Ética apoiada por apenas 46 dos 513 deputados, 9% da Câmara.
A direção do PT se calou, alegando... "prudência"...diante de Cunha.
E nem um dos 54 deputados do PSDB e 21 do DEM assinou o pedido de cassação de Eduardo Cunha.
Aécio Neves disse caber a Cunha "se defender das gravíssimas acusações", e que "o foco é o PT"...
Claro. Os demais, todos eles, certamente são inocentes... apesar do silêncio.
Em sua casa, Eduardo Cunha recebeu lideranças da oposição que busca derrubar Dilma para chegar ao poder.
Expert nos semelhantes Cunha deixou todos nus, escancarando com admirável crueza:
-Se eu derrubo Dilma agora, no dia seguinte vocês é que vão me derrubar...
É disso, quedas ou não, que nesse momento se trata.
Se o impeachment chegar ao plenário da Câmara, na largada, a primeira etapa, a presidente Dilma precisará de 171 votos em 513 para manter a presidência.
Já Eduardo Cunha joga para vencer a Representação no Conselho de Ética. Que ele controla.
Se perder e a Representação chegar ao plenário, Eduardo Cunha precisará de 257 votos em 512.
A votação é aberta, numa Câmara que, até aqui, ele transformou na Cunholândia.
À parte isso, o Supremo Tribunal deve decidir se Eduardo Cunha será ou não investigado com base nas delações, contas na Suíça etc...
Ai são outros quinhentos... ou, US$ 5 milhões...

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