terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Por impeachment, "Joaquim Silveiro dos Reis" Temer usa o manual político de Cunha contra Dilma

Vice tentará obter os votos necessários contra Dilma liderando PMDB na Câmara e inflando as traições ao governo
Jornal GGNNo microfone, o discurso de Michel Temer é de tentar não piorar a relação com Dilma Rousseff. Mas por trás das lentes, ao que tudo indica, o vice já trabalha para se transformar no novo Eduardo Cunha da presidente, ao articular o controle do PMDB na Câmara e flertar com governistas com o intuito de inflar o volume de traições.
A estratégia de Temer foi alvo de reportagem do Estadão no último dia 12. O jornal informa, por meio de fontes próximas ao vice, que ele tem ameaçado o governo com uma convenção nacional do PMDB que delibere em definitivo pelo rompimento da aliança com o PT, acelerando o impechment, no caso de Dilma tentar interferir na vida da bancada peemedebista na Câmara.
O texto indica que Temer quer tempo para aumentar sua influência sobre os mais de 60 deputados eleitos pelo PMDB. Depois disso, "pretende atrair para sua órbita outros partidos da base do governo, como PSD, PR, PTB e PP. O arremate da tática é forçar a saída dos ministros peemedebistas remanescentes na Esplanada."
Temer acredita que se conseguir fazer com que a maioria dos deputados do PMDB feche questão em torno do impedimento, os partidos aliados - mas nem sempre fiéis - não acompanharão Dilma até o túmulo. "Se de fato o partido [PMDB] se unir e romper em favor do impeachment, os demais partidos da base vão fazer o mesmo”, conta um dirigente do PP que tem participado das conversas com o grupo de Temer, segundo relatos do Estadão.
Na outra ponta, Dilma tenta duelar com o que lhe resta: a "caneta". A ideia é tentar, no mínimo, manter o PMDB dividido como está hoje e afastar os dissidentes de partidos aliados de Temer - que não possui caneta, mas pode fazer promessas sob a condição de obtê-la com a deposição da presidente.
Dilma contará com a ajuda do PMDB do Rio, que tenta frear o projeto de poder de Temer reconduzindo Leonardo Picciani à liderança da bancada dos deputados federais. Isso poderá influenciar a votação do impeachment no caso do Supremo Tribunal Federal determinar que a comissão especial formada majoritariamente por oposicionistas, com patrocínio de Cunha, é inválida.
O grupo de Picciani, porém, também já recebeu recados da ala pró-Temer. Ao Estadão, por exemplo, Lúcio Vieira Lima (PMDB) disse que se tentarem colocar o deputado fluminense de volta no cargo de líder, haverá reação com a convocação da convenção do PMDB para romper com o PT.
Como se vê, o Planakto terá de lidar com as jogadas políticas e intimações que até então estava acostumado a receber da tropa de choque de Eduardo Cunha.

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