sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Um senado de tipos como Ronaldo Caiado, José Sarney, Cássio Cunlha Lima, Fernando Collor, Antonio Anastasia , Aécio Nevese Renan Calheiros não tem a menor moral para julgar uma governante honesta como DIlma

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 Segue abaixo, para reflexão neste momento triste e midiaticamente fomentado de acordo com os interesses nada inocentes da Casa Grande, empresários, Banqueiros e multinacionais, dois textos sobre a farsa cunhesta-mafiosa do julgamento de Dilma Rousseff, um do jornalista Paulo Nogueira e outro do ecologista, teólogom filósofo e sociólogo Leonardo Boff:

Gleisi resumiu tudo: o Senado não tem a menor autoridade moral para julgar Dilma. Por Paulo Nogueira


Certíssima
Certíssima

A senadora Gleisi Hoffmann sintetizou, na abertura do julgamento final do impeachment no Senado, a grande questão nacional.
Que autoridade moral têm os senadores para julgar Dilma?
Nenhuma.
E quem aparece para defender a autoridade dos senadores? Ele mesmo, o derrotado nas eleições, o corrupto blindado a partir de quem decorreu todo o projeto do golpe: Aécio.
Aécio, o rei das delações. O amigo dos donos da mídia. Aquele que deu dinheiro público para empresas de mídia de sua família quando governador de Minas. Aquele que construiu um aeroporto privado em terras da família.
Aquele que pilhou Furnas durante anos e anos.
Aquele que fugiu até de um teste de bafômetro por não estar em condições de enfrentar a verdade.
Não.
O Senado não tem moral para julgar Dilma.
Muito menos o Câmara tinha moral para aprovar o impeachment. Era Eduardo Cunha no comando. Era um sindicato de corruptos na função de juízes.
Eram os 260 deputados que Eduardo Cunha disse que mantinha à base de propinas.
Não. Ora, todos sabemos que este Congresso foi eleito com o dinheiro da plutocracia. Foi o pior Congresso que o dinheiro pode comprar.
O Senado não tem moral. Assim como a Câmara não tinha.
E ainda assim Dilma está à beira do patíbulo.
Aécio conseguiu dizer que os senadores estão ali como “juízes”.
Ora, ora, ora.
Juízes?
Carrascos é a palavra. Juiz julga. Carrasco executa. Isto não é julgamento; é um circo, é uma farsa, é uma monstruosidade disfarçada de tribunal.
É uma vergonha o que está ocorrendo.
O Senado não tem a menor condição moral de julgar Dilma.
O resto é silêncio, para evocar as grandes palavras de Shakespeare.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Uma governanta digna e inocente é condenada por um bando de corruptos da mente e das finanças


Leonardo Boff


Usando o estilo medieval do tempo de Sâo Francisco dos Fioretti reconto o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff: Em de que se narra que uma governanta digna e inocente foi condenada por um bando de corruptos da mente e das finanças.
Era uma vez uma nação grande por sua extensão e por seu povo alegre embora injustiçado. Em sua maioria sofria na miséria, nas grandes periferias das cidades e no interior profundo. Por séculos era governado por uma pequena elite do dinheiro que nunca se interessou pelo destino do povo pobre. No dizer de um historiador mulato, ele foi socialmente “capado e recapado, sangrado e ressangrado”.
Mas lentamente esses pobres foram se organizando em movimentos de todo tipo, acumulando poder social e alimentando um sonho de outro Brasil. Conseguiram transformar o poder social num poder político. Ajudaram a fundar o Partido dos Trabalhadores. Um de seus membros, sobrevivente da grande tribulação e torneiro mecânico, chegou a ser presidente. Apesar das pressões e concessões que sofreu dos endinheirados nacionais e transnacionais, conseguiu abrir uma significativa brecha no sistema de dominação permitindo-lhe fazer políticas socias humanizadoras. Uma Argentina inteira saíu da miséria e da fome. Milhares conseguiram sua casinha, com luz e energia. Negros e pobres tiveram acesso, antes impossível, ao ensino técnico e superior. Mais que tudo, porém, sentiram resgatada sua dignidade sempre negada. Viram-se parte da sociedade. Até podiam, em prestações, comprar um carrinho e tomar até o avião para visitar parentes distantes. Isso irritou a classe media, pois via seus espaços ocupados. Daí nasceu a discriminação e o ódio contra eles.
Ocorreu que, naqueles tempos, ao todo 13 anos de governo Lula-Dilma o Brasil ganhou respeitabilidade mundial. Mas a crise da economia e das financias, por ser sistêmica, nos atingiu, provocando dificuldades econômicas e desemprego que obrigou o governo a tomar medidas severas. A corrupção endêmica no país densificou-se na Petrobrás, envolvendo altos estratos do PT mas também dos principais partidos. Um juiz parcial, com traços de justiceiro, focou, praticamente, apenas o PT.
Especialmente a mídia empressarial conservadora conseguiu criar o esteriótipo do PT como sinônimo de corrupção. O que não é verdade, pois confunde a pequena parcela com o todo correto. Mas a corrupção condenável serviu de pretexto às elites endinheiras e seus aliados históricos, para tramar um golpe parlamentar, pois mediante as eleições jamais trinfariam. Temendo que esse curso voltado aos mais pobres se consolidasse, decidiram liquidá-lo. O método usado antes, com Vargas e Jango, foi agora retomado com o mesmo pretexto “de combater a corrupção”, na verdade, para ocultar a própria corrupção. Os golpistas usaram o Parlamento no qual 60% estão sob acusações criminais e desrespeitaram os 54 milhões de votos que elegeram Dilma Rousseff.
Importa deixar claro que atrás desse golpe parlamentar se aninham os interesses mesquinhos e anti-sociais dos donos do poder, mancomunados com a imprensa que distorce os fatos e sempre se fez sócia de todos os golpes, juntamente com os partidos conservadores, com parte do Ministério Público e da Polícia Militar (que substitui os tanques) e uma parcela da Corte Suprema que, indignamente, não guarda imparcialidade. O golpe não é só contra a governanta, mas contra a democracia com viés participativo e social.
Intenta-se voltar ao neoliberalismo mais descarado, atribuindo quase tudo ao mercado que é sempre competitivo e nada cooperativo (por isso conflitivo e anti-social). Para isso decidiu-se demolir as políticas sociais, privatizar a saúde e educação e o petróleo e atacar as conquistas sociais dos trabalhadores.
Contra a Presidenta não se identificou nenhum crime. De erros administrativos toleráveis, também feitos pelos governos anteriores, derivou-se a irresponsabilidade governamental contra a qual aplicou-se um impeachment. Por um pequeno acidente de bicicleta, se condena a Presidenta à morte, castigo totalmente desproporcional. Dos 81 senadores que vão julgá-la mais de 40 são réus ou investigados por outros crimes. Obrigam-na a sentar-se no banco dos réus, onde seus algozes deveriam estar. Entre eles se encontram 5 ex-ministros.
A corrupção não é só monetária. A pior é a corrupção das mentes e dos corações, cheios de ódio. Os senadores pro impeachment têm a mente corrompida, pois sabem que estão justificiando uma inocente. Mas a cegueira e os interesses corporativos prevalecem sobre os interesses de todo um povo.
Aqui vale a dura sentença do Apóstolo Paulo:”eles aprisionam a verdade na injustiça. É o que atrái a ira de Deus”(Romanos 1,18). Os golpistas levarão na testa, pela vida afora, o sinal de Caim que assaninou seu irmão Abel. Eles assassinaram a democracia. Sua memória será maldita pelo crime que cometeram. E a ira divina pesará sobre eles.
Leonardo Boff é ex-professor de Ética da UERJ e escritor.


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