quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Alzheimer: novo remédio tem resultados promissores

As primeiras fases de um estudo sobre uma nova droga contra o Alzheimer tiveram resultados muito promissores.


O remédio destrói as placas de proteína que se acumulam no cérebro de pacientes com a doença, e pode representar um tratamento alternativo muito esperado. Já faz mais de uma década desde que a última droga para pessoas com a condição foi licenciada.

A pesquisa foi feita pela empresa de biotecnologia Biogen em parceria com a Universidade de Zurique, na Suíça.

Aducanumab

A droga, chamada aducanumab, ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento. O estudo, publicado na revista Nature, foi feito para saber se ela é segura.

Os resultados foram positivos e também deram a entender que a droga pode parar o declínio de memória associado à doença.

Estudos maiores já estão em andamento para avaliar completamente os efeitos do aducanumab. É preciso ser cauteloso porque, como bem lembra a Dra. Tara Spires-Jones, do Centro de Sistemas Cognitivos e Neurais da Universidade de Edimburgo, “muitas drogas vão bem nesta fase inicial de teste e, em seguida, falham em testes maiores”.
Fase 3

O próximo passo da pesquisa – a fase 3 – envolve dois estudos separados com 2.700 pacientes em estágio muito precoce de Alzheimer por toda a América do Norte, Europa e Ásia.

A fase 3 vai testar completamente o efeito da droga no declínio cognitivo. O Dr. Alfred Sandrock, da Biogen, que está trabalhando com a Universidade de Zurique nesta pesquisa, disse: “A fase 3 realmente precisa ser feita, e espero que irá confirmar o que temos visto neste estudo. Eu poderia prever o tratamento no futuro de pessoas que não têm sintomas porque, se você tem amiloide no cérebro, é provável que você vai desenvolver Alzheimer um dia”.

Efeitos colaterais

A fase já concluída do estudo, com 165 pacientes, mostrou que o aducanumab é seguro. Após um ano de tratamento, também evidenciou que, quanto mais elevada a dose, mais forte foi o efeito sobre as placas amiloides.

Os pesquisadores ainda realizaram testes de memória nos pacientes e encontraram “efeitos positivos”.

No entanto, 40 pessoas abandonaram o estudo, metade devido a efeitos colaterais, tais como dores de cabeça. Estes eram muito mais comuns com uma dose mais alta da droga.
Diferenças nos cérebros dos pacientes após tomarem por um ano placebo e diferentes doses da droga
Diferenças nos cérebros dos pacientes após tomarem por um ano placebo e diferentes doses da droga
Resultados tentadores

Apesar da cautela, muitos profissionais estão animados com as novas possibilidades.

O Dr. David Reynolds, diretor científico do Alzheimer Research UK, disse que os resultados fornecem “evidência tentadora que uma nova classe de medicamentos para tratar a doença pode estar no horizonte”.

Já o Dr. James Pickett, diretor de pesquisa do Alzheimer’s Society, afirmou que a parte mais interessante do estudo é que mais amiloide foi “limpa” do cérebro quando as pessoas tomaram doses mais elevadas do medicamento. “Não há tratamentos existentes para a doença de Alzheimer que interferem diretamente com o processo da doença. Assim, uma droga que realmente retarda o progresso do Alzheimer, limpando amiloide [do cérebro], seria um passo significativo”.


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