quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Mídia Ninja: Economistas desmotam PEC 241 como Traição Nacional



Economistas desmontam PEC 241 no Senado. Senadores acusaram PEC da 'traição nacional'

Por Vinicius Borba, na Mídia Ninja


Economistas das principais universidades do país afirmam que a Proposta de Emenda Constitucional 241 representa retrocesso e uma "camisa de força" para o país. A audiência pública ocorreu na manhã desta terça-feira (11), um dia após aprovação em primeiro turno da PEC que congela gastos em áreas como saúde e educação, baseado nos índices de inflação no país. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) foi enfática ao denunciar a proposta como "PEC da traição nacional”.
Laura Carvalho, doutora economista da Universidade de São Paulo, demonstrou não haver nenhuma experiência internacional parecida ao congelar por 20 anos a possibilidade de investimentos e que a inconsistência da proposta é grave. "Nossa crise fiscal é muito mais o sintoma da crise econômica brasileira do que a causa dessa crise. Portanto, a PEC 241 não só não soluciona os problemas que temos, como pode prejudicar muito uma retomada, a estabilidade política", afirmou.
A doutora também esclareceu que a crise tem por origem falta de receitas e não abuso de gastos, como afirmado por governistas e defensores da proposta. Ela também reafirmou que é a volta do crescimento econômico que pode mudar essa realidade, e que nesse sentido a PEC poderá ter efeito contrário, engessando a economia e o investimento no país caso haja melhorias em breve.
Já o professor da Universidade Federal Fluminense, Jessé Souza, trouxe um panorama complexo do "novo capitalismo" e denunciou as "chantagens" promovidas pelo capital financeiro por meio da mídia, da compra do parlamento e da consequente manipulação do Estado por interesses estrangeiros, diferentemente de anos passados.
Segundo ele, o desmonte do Estado de bem estar social é seguido de exemplos práticos de como o empresariado "não quer pagar o pato”. Ou seja, impostos sobre grandes fortunas, heranças e desonerações pagas pelo Governo, sem nenhuma contrapartida das empresas, mas exige que a população mais pobre o pague e ainda defende o corte destes investimentos na saúde e educação. "Negam sistematicamente que 53% dos impostos pagos no país vem classes mais humildes como os que recebem até três salários minímos", afirmou.
Laura Carvalho, da USP, respondeu ao senador Cristovam Buarque (PPS-DF) que questionou qual seria o plano para substituir a PEC. "Acabar com essas desonerações de impostos do empresariado, cobrar a sonegação fiscal monstruosa e imposto progressivo sobre grandes fortunas são aplicadas por grandes países em todo o mundo", afirmou Laura.

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