quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Joaquim Barbosa: decisão insana de derrubar Dilma foi de “acuados” pela Lava Jato



joaquimtabajara
Ex-herói do moralismo pátrio, o ministro aposentado Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, dá uma entrevista bombástica hoje, a Monica Bergamo, na Folha.
Sobre o impeachment:
“O que houve foi que um grupo de políticos que supostamente davam apoio ao governo num determinado momento decidiu que iriam destituir a presidente. O resto foi pura encenação. Os argumentos da defesa não eram levados em consideração, nada era pesado e examinado sob uma ótica dialética.”(…)
Era um grupo de líderes em manobras parlamentares que têm um modo de agir sorrateiro. Agem às sobras. E num determinado momento decidiram [derrubar Dilma].
Acuados por acusações graves, eles tinham uma motivação espúria: impedir a investigação de crimes por eles praticados. Essa encenação toda foi um véu que se criou para encobrir a real motivação, que continua válida.
Golpe ou não?
Não digo que foi um golpe. Eu digo que as formalidades externas foram observadas –mas eram só formalidades.
O pato golpista
A partir de um determinado momento, sob o pretexto de se trazer estabilidade, a elite econômica passou a apoiar, aderiu. Mas a motivação inicial é muito clara.
É tão artificial essa situação criada pelo impeachment que eu acho, sinceramente, que esse governo não resistiria a uma série de grandes manifestações.(…)Ele [Temer] acha que vai se legitimar. Mas não vai. Não vai. Esse malaise[mal estar] institucional vai perdurar durante os próximos dois anos.
As “medidas” e o Congresso:
A lógica é a seguinte: se eu posso derrubar um chefe de Estado, por que não posso intimidar e encurralar juízes? Poucos intuíram –ou fingiram não intuir– que o que ocorreu no Brasil de abril a agosto de 2016 resultaria no deslocamento do centro de gravidade da política nacional, isto é, na emasculação da presidência da República e do Poder Judiciário e no artificial robustecimento dos membros do Legislativo.
A falta de oportunidade:
Eu tenho resistência a algumas das propostas, como legitimação de provas obtidas ilegalmente. E o momento [de apresentá-las] foi inoportuno. Deu oportunidade a esse grupo hegemônico de motivação espúria de tentar introduzir [na proposta] medidas que o beneficiassem.
A prisão de Lula:
Sei que há uma mobilização, um desejo, uma fúria para ver o Lula condenado e preso antes de ser sequer julgado. E há uma repercussão clara disso nos meios de comunicação. Há um esforço nesse sentido. Mas isso não me impressiona. Há um olhar muito negativo do mundo sobre o Brasil hoje. Uma prisão sem fundamento de um ex-presidente com o peso e a história do Lula só tornaria esse olhar ainda mais negativo. Teria que ser algo incontestável.
A “bananização” do Brasil:
(…) As instituições democráticas vinham se fortalecendo de maneira consistente nos últimos 30 anos. O Brasil nunca tinha vivido um período tão longo de estabilidade.
E houve uma interrupção brutal desse processo virtuoso. Essa é a grande perda. O Brasil de certa forma entra num processo de “rebananização”. É como se o país estivesse reatando com um passado no qual éramos considerados uma República de Bananas. Isso é muito claro. Basta ver o olhar que o mundo lança sobre o Brasil hoje.
É um olhar de desdém. Os países centrais olham para as instituições brasileiras com suspeição. Os países em desenvolvimento, se não hostilizam, querem certa distância. O Brasil se tornou um anão político na sua região, onde deveria exercer liderança. É esse trunfo que o país está perdendo.
O silêncio em que se mantinha e a falta dos holofotes parece ter feito muito bem ao raciocínio do Dr. Joaquim Barbosa.
A realidade, porém, é o maior ingrediente desta reflexão. O processo de destruição do Brasil é tão grande que até ele o vê, mesmo tendo sido parte de suas origens, como primeiro a levar o Judiciário ao estrelato.
Fernando Brito, no Tijolaço.

3 comentários:

  1. Denúncias
    Sergio Bacci: O incrível desmanche da indústria naval brasileira; “a pior crise social da História”
    30 de novembro de 2016
    “Não dá para ser entreguista do jeito que está sendo feita a coisa”, denunciou o vice-presidente do Sindicato da Indústria Naval (Sinaval), Sergio Bacci, durante seminário promovido pelo Clube da Engenharia, no Rio.
    Para ele, o Brasil vai enfrentar a sua pior crise social da História, por conta do desemprego.
    A indústria naval brasileira está sendo completamente demolida, afirmou.
    O presidente Michel Temer recebe o presidente da Shell mas não faz o mesmo com empresários brasileiros, depois de dar um “cavalo-de-pau” na política de conteúdo nacional.
    “Queremos emprego e renda aqui ou queremos criar emprego e renda para o Donald Trump nos Estados Unidos?”, desabafa. “Por que não seguimos o exemplo do Trump?”, disse Bacci.

    Comentário:
    Deuzimar Menezes Negreiros
    01/12/2016 - 14h23
    Dez anos de avanços jogados criminosamente no esgoto só porque ocorreram dentro do espaço de tempo governado pelo PT.
    Os criminosos causadores de tamanho crime deveriam ser fuzilados!!
    Como também todos os responsáveis direto pelo golpe parlamentar de 2016, hoje denunciado como “encenação” até pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa.
    A mídia brasileira tardiamente já se dá conta de que esse processo arruinou a economia brasileira; no Valor, “a economia derrete”; no Estado e no Globo, o Brasil se torna lanterninha no mundo; na Folha, 2017 passa a ser um ano perdido.
    A quebra do Brasil foi construída em várias etapas: em 2014, ano da disputa eleitoral, a ordem era dizer que tudo ia mal, quando o País tinha pleno emprego; 2015 foi o ano do ‘quanto pior, melhor’, que visava criar as condições para o golpe; neste ano, com Michel Temer e Henrique Meirelles há mais de seis meses no poder, a recessão se aprofunda diante da incapacidade da dupla de apontar qualquer saída.
    Mas, quem os fuzilarás???!!!!!!
    Quem os fará pagar por tudo que fizeram, fazem e farão ocorrer de tão ruim a este país e sua população???

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  2. Nossa que estranho! Foi exatamente na época em JB era presidente do STF que a maquina da Suprema Corte foi acionada para chantagear litigantes e exigir propina para custear "movimentos populares" antigoverno! Apesar dos rojões... Eu preferi ir a OEA (da qual já declararam estar no bolso), mas quantos não pagaram e cederam à Suprema pressão? Não sei! Mas, considerando os suicídios de varias pessoas, acho que a clientela foi grande!V!

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  3. Miguel Reale Jr. , Aécio Neves, Eduardo Cunha, Sheherazade, Janaina, Regina Duarte, Temer, Suzana Vieira, a clase média tocadora de panela uivante. E não acha ruim, não, senão a gente chama a professora Marilena Chauí. A "mídia" golpista, tudo e todos RESPONSÁVEIS por essa turbulência, tipo "Apertem o cinto, que o piloto entrou por uma dessas dimensões do Einstein e sumiu" Um Congresso cujo maior feito, aconteceu, na calada da noite e conta com 49 senadores e 303 deputados federais INVESTIGADOS e ,"óbvio ululante", muitos deles em insana comemoração escancararam o abismos que há entre nós e a verdadeira democracia, além da falta de muita coisa inerente à condição republicana.

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