domingo, 5 de março de 2017

Sobre o filme "O Invasor Americano", de Michael Moore







Texto de Carlos Antonio Fragoso Guimarães


 Sim, 2016 foi um ano horrível. Mas isto não quer dizer que foi um ano em que a imbecilidade venceu todas. No cinema - apesar de todo o boicote de uma mídia golpista e golpeadora - vimos filmes excelentes, como SNOWDEN, de Oliver Stone, e o nosso AQUÁRIOS, de Kléber Mendonça FIlho com o brilhantismo de Sônia Braga em uma história de resistência contra a opressão do poder econômico (por sinal, os dois filmes foram boicotados pelos envolvidos no Golpe de 2016 no Brasil, especialmente a cínica "grande mídia")... E que chamou parte da atenção do mundo sobre o Golpe Midiático-Parlamentar-Jurídico de 2016...

 Mas não apenas estes chegaram a nossas vistas - ou, ao menos, aos interessados pelo cinema de conteúdo e de crítica social. Depois de seis anos desde seu último trabalho, Capitalismo, uma história de amor, o cineasta Michael Moore, de Tiros em ColumbineFarenheit 11 de setembroRoger e Eu e SIKO - $O$ Saúde (todos excelentes e indispensáveis a quem quer se inteirar dos motivos pelos quais o mundo hoje está como está), mais uma vez apresentou um trabalho radiográfico sobre os desmandos do Grande Irmão do Norte, ou melhor, de seu governo, controlado pelos interesses do deus-Mercado.

  Em "Where to Invade Next"  (literalmente "Onde Vamos Invadir Agora"),  de 2015 - que por aqui também apareceu com o titulo "O Invasor Americano" (e com este título pode ser assistido no Netflix, que, aliás, Temer pode acabar à mando da Globo)- Moore é o "invasor" americano que vai visitando diversos países para ver como estes tratam de questões como educação, saúde, universidades gratuitas, etc - países como Itália, França, Finlândia, Eslovênia, Alemanha, Portugal, etc.,  em que se valoriza o trabalho, se tem 13 terceiro salário, 35 dias de férias remuneradas, de uma a duas horas para o almoço, boa assistência à saúde, licença maternidade, aposentadoria garantida e todos defendem estas coisas, inclusive os empresários (o que estamos fazendo no Brasil dos golpistas e coxinhas?). Moore constata tudo isso e compara-os com o sistema dominante americano e sua mentalidade mecanicista-taylorista-fordista "time is money" onde a preocupação com o humano é entendida pelos donos do poder como prejuízo, o que faz o sistema neoliberal rejeitar e atacar o modo como os outros tratam destes temas de bem-estar social e valorização das pessoas, sem querer ver que estes países não deixaram de crescer e de lucrar com isto. Fica patente que a principal vítima do sistema "empresarial" imposto pelo neoliberalismo no governo americano é a sua própria população, e Moore sabe como deixar isso bem patente, de forma humorada e, ao mesmo tempo, séria... E é este modelo americano, onde uma nova forma de escravidão se impõe, que os golpistas querem para o Brasil.

   Moore também não deixa de alfinetar o imperialismo e a indústria da Guerra capitaneada pelo lucrativo mercado da violência e das invasões a pretexto de... manter a Democracia! Infelizmente, este trabalho não será apreciado por todos, em especial pelos que se deixam simplesmente moldar pelo que fala ou manda a chamada "grande mídia" empresarial... O midiota aceita tudo o que vem da mídia empresarial e não se dá ao trabalho de questionar ou aprender com outras culturas e com a História.

  Deixo ao leitor, agora, o link para o filme esperando que tire suas próprias conclusões sobre a obra...




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