sexta-feira, 23 de junho de 2017

Para o jornal francês Le Monde o Brasil do golpe tornou-se presença pálida no cenário internacional


Jornal GGN - No jornal francês Le Monde, uma análise assinada pela correspondente Claire Gatinois e publicada nesta quinta-feira (22) classifica o Brasil como uma “estrela pálida” no cenário internacional. 
 
As viagens internacionais do presidente Michel Temer - primeiro para a Rússia, e depois para a Noruega - são consideradas como um ativismo do presidente que quer “mostrar que seu país não está paralisado”, diz Gatinois. 
 
O periódico europeu também diz que Temer tenta, em vão, a convencer outros países que o Brasil não virou uma República das Bananas. Na análise, a correspondente também aponta como sinal da queda do prestígio do país o fato de que nenhum chefe de Estado vem visitar o Brasil
 
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Foto: Marcos Correa/PR
 
 
Do RFI
 
 
O jornal francês desta quinta-feira (22) publica uma análise da crise econômica que o país atravessa e do escândalo de corrupção sem precedentes que influenciaram a imagem do Brasil no exterior.
 
"A estrela pálida do Brasil na cena internacional” é o título da análise que o Le Monde traz nesta quinta-feira, assinada pela sua correspondente no país, Claire Gatinois. Segundo ela, o presidente brasileiro ignorou a ameaça da Justiça e foi para Rússia em viagem oficial, posando até mesmo ao lado do chefe de Estado russo Vladimir Putin em um espetáculo do balé Bolshoi, em Moscou.
 
Para o Le Monde, a viagem, que termina na Noruega nesta sexta-feira, é uma “demonstração do ativismo internacional de um presidente que está “determinado a mostrar que seu país não está paralisado."
 
Apesar da Operação Lava-Jato, que revelou um esquema de corrupção com tentáculos mais longos do que o esperado, Temer busca convencer os outros países que o Brasil não se transformou em uma República das Bananas. Segundo o Le Monde, a tentativa é em vão.
 
Crise moral e ostracismo
 
A crise moral no país se aprofunda e o mergulha em um ostracismo diplomático. Impossível, lembra o diário, não notar que nenhum chefe de Estado vem visitar o país, contrariamente à época de Lula, admirado por pesos pesados da política internacional como o ex-presidente dos EUA Barack Obama, por exemplo. Período em que o Brasil também foi escolhido para sediar a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016).
 
A destituição de Dilma e os escândalos de corrupção também fragilizaram a imagem do Brasil dentro da América Latina, lembram especialistas citados pelo Le Monde, onde o país também não exerce mais uma liderança.
 
A perda de influência na cena internacional, lembra o Le Monde, começou entretanto com Dilma – economista tecnocrata que nunca foi uma “expert” em política externa, observa o jornal. Foi início de uma derrocada que se concretizou depois do impeachment. Paulo Sergio Pinheiro, ex-secretário dos Direitos Humanos, relator da ONU, diz querer acreditar em um “parênteses maldito”.
 
Para o jornal francês, o tamanho do Brasil e seus recursos naturais podem ajudar o país virar novamente o jogo e voltar a ser um ator nas questões internacionais. “Mas é necessária uma limpeza de sua paisagem política”, conclui o artigo.

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