Além de demonstrar oposição às medidas econômicas e fascistas do presidente americano, organização espera que atos influenciem eleições para o Congresso em 2026
Do Jornal GGN:
Manifestantes tomam as ruas de Washington para protestar contra Trump
Milhares de manifestantes se reuniram em Washington, capital dos Estados Unidos, no último sábado (5) para demonstrar insatisfação contra as políticas de Donald Trump e o seu “tenente bilionário” Elon Musk à frente do governo. Usando cartazes, a população criticou o encerramento das agências governamentais, o corte de empregos e serviços e a ameaça da democracia norte-americana.
“Resista como se fosse a Alemanha nazista de 1938” e “O fascismo está vivo e bem e vivendo na Casa Branca” foram dois dos slogans do Hands Off, manifestação organizada pelo grupo Indivisible. Além da capital, foram registrados ainda outros mil eventos espalhados por todo o país, em que os presentes se posicionaram contra a infiltração em agências governamentais através do “departamento de eficiência governamental” não oficial, ou Doge, sem a aprovação do Congresso, e intervenções alimentadas por dinheiro em corridas eleitorais foram vistas como afrontas antidemocráticas.
Em declaração ao The Guardian, Jamie Raskin, um representante democrata de Maryland que é a principal figura do partido no comitê judiciário da Câmara, afirmou que ainda que Trump e Musk acreditem que a democracia está condenada e que podem controlar o sistema de pagamentos, ambos não sabem com quem lidarão se os alicerces da democracia forem derrubados.
As manifestações ganharam força esta semana devido à implementação da principal política de tarifas de importação de Trump, que desencadeou quedas maciças nos mercados bolsistas internacionais e alimentou receios de uma recessão económica.
Outro fator que levaram os democratas às ruas foi a derrota de um juiz republicano que, apesar de receber US$ 25 milhões de Musk, perdeu a disputa por um lugar no Supremo Tribunal do Wisconsin. E, a partir desta derrota republicana, alguns manifestantes acreditam que organizar protestos deve influenciar as eleições do Congresso do próximo ano. “As eleições são muito descentralizadas e organizadas distrito por distrito. Há muitas chances de recuar. Acabamos de ver isso em Wisconsin”, estimou o deputado Don Beyer.
Mais que reunir cada vez mais eleitores insatisfeitos com as decisões de Trump nos próximos comícios, o movimento almeja ainda fortalecer os democratas, para que possam enfrentar o momento autoritário vivido nos Estados Unidos. “Não é uma coisa única. Tem que ser um fenômeno sustentado. Tem havido muitas críticas por parte dos Democratas por não se levantarem no Congresso, por isso um evento como este irá endurecer-lhes a coluna vertebral. Trata-se de tornar os Democratas melhores e dar-lhes coragem – e isso acontecerá. Isso também é verdade para as pessoas comuns, porque o manual autoritário de Trump foi concebido para fazer as pessoas pensarem que é inútil resistir. Isto demonstra poder e atrairá mais pessoas”, afirmou Leah Greenberg, diretora executiva do Indivisible.
*Com informações do The Guardian.